sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Para ler: os meus - "Atestado Médico"


Ele leva uma vida praticamente sussegada. Levanta todos os dias do mesmo jeito, se senta na beirada da cama e bufa, sim, ele bufa porque não gostaria de sair da cama aquele horário, muito menos de ter que ir trabalhar aquele horário. Vence a preguiça e se levanta, vai até o banheiro coçando a bunda, era impressionante a coceira que ele sentia na nádega esquerda todos os dias de manhã. Se olha no espelho e se assusta com o cabelo bagunçado, está deixando o cabelo crescer novamente, então está parecendo uma cacatua com a crista levantada, a barba está com um comprimento considerável, todos no trabalho reclamam que ele deveria pelo menos aparar, mas ele é teimoso e sabe que fica melhor daquele jeito. Por causa do cabelo resolve tomar um banho.
 
Liga o chuveiro, espera o banheiro esquentar um pouco, já que aquela hora da manhã ainda está muito frio, se senta na tampa da privada, se encosta e patéticamente pega no sono. Dois minutos depois acorda assustado e rindo de si mesmo, se imaginando naquela situação. Cinco minutos de banho é o que basta para abaixar aquela crista.
Ele era organizado, ou pelo menos não gostava de deixar as coisas jogadas pela casa. Morava sozinho já fazia um tempo, então tinha aprendido que se deixasse desarrumado, desorganizado, sujo e outras coisas quem teria que arrumar era ele mesmo, então preferia deixar tudo arrumado de prima. De uma coisa ele gostava do trampo, não precisava ir de social, ia de calça jeans e geralmente usava uma camiseta de banda. Sim, ele está um pouco velho para camisetas de banda, mas ele curte, fazer o que?! Meias, cueca, calça, camiseta, carteira, chaves, checa todas as janelas e deixa algumas roupas na máquina de lavar, para na volta estender. Passa pela cozinha e vê a bagunça que deixou do dia anterior, mas se lembra também que a noite tinha sido boa, mas estranha ao mesmo tempo.
 
Então vou contar para vocês a noite de ontem.
Ela conhece ele faz um tempo, mas só agora eles decidiram sair, sair ir não, ele decidiu fazer um jantar em casa e chamar ela para comer lá. Ela já sabia que ele sabia cozinhar então não ficou muito surpresa com o convite, apareceu na casa dele por volta das 19h30 com uma garrafa de vinho tinto, o que não combinada nada com a comida que ele estava fazendo. Relevou, abriu a garrafa de vinho e enquanto terminava de fazer o jantar eles conversaram bastante e tomaram a garrafa de vinho quase que toda.
 
Ele achava ela diferente das outras mulheres que ele havia conhecido, como eles eram amigos antes de pensarem em ter qualquer outro relacionamento ele sabia como as coisas funcionavam com ela, com quantos caras ela já tinha saído, do que ela gostava e blábláblá.
Vinho e mulher geralmente combinam, combinam para deixá-las moles e bêbadas, e principalmente engraçadas. Aquela noite ele riu demais com ela, se divertiram, só os dois, sem que precisasse rolar nada além do que conversas e cúmplicidade, ele achou aquilo diferente. Jantar na barriga, hora da sobremesa. 

Como ele não cozinhava nada doce, ele tinha comprado chocolate, o que é totalmente favorável para mulher também. Já era, trouxe chocolate, conquistou. A essa altura, a minima embriaguez dela já havia passado e o constragimento do momento começou a dar o ar da graça. Constragimento? Sim, eles começaram a ficar mais próximos e a se sentirem mais atraídos um pelo outro. O chocolate terminou com a noite, no último pedaço ele resolveu se arriscar e junto lhe deu um beijo. Ela ficou sem jeito, se levantou, falou que tudo tinha sido ótimo e foi embora. Sem falar mais nada, sem lhe dar outro beijo, ou um abraço, nem sequer um aperto de mão. Ela saiu tão apressada que ele ficou parado no meio da sala atônito, sem conseguir pensar em alguma coisa, agora ele não sabe se isso vai dar em alguma coisa ou não.
 
Pensou em limpar a cozinha antes de ir trabalhar, mas ficou com preguiça e como tinha acabado de tomar um banho e tava todo cheiroso resolveu que faria isso somente na volta do trampo, pegou a chave do carro e quando abriu a porta ela estava lá, prestes a bater na porta. Ele ficou surpreso e não falou nada.
Ela o empurrou para dentro de casa. E o resto? O resto do dia teve que ser atestado médico!


ps: bem bobinho, mas eu adorei... hasuhsaushaush
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Um comentário:

  1. Não tenho certeza de quem é o personagem central da sua história, mas gostei do jeitão que você desenvolveu ele, bem casual e preguiçoso hauhauhua

    Podia escrever mais algumas assim :)

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